EDUSTAT - A educação ajuda a reduzir o risco de pobreza

A educação ajuda a reduzir o risco de pobreza

julho de 2020

A taxa de risco de pobreza é definida como a percentagem da população cujo rendimento disponível equivalente se encontra abaixo do limiar de pobreza. Esse limiar corresponde a 60% da mediana rendimento disponível equivalente nacional.

Se nos basearmos no rendimento disponível do agregado considerando todos os rendimentos auferidos por aqueles que compõem o agregado e que façam parte do agregado, e tendo por base na sua composição o número de membros adultos, a sua idade e género, bem como as crianças dependentes (entre os 0-17 anos de idade), constatamos que quanto mais baixo é o nível de escolaridade dos pais, maior é efetivamente o risco de pobreza das crianças:



A taxa de risco de pobreza das crianças cujos pais possuem menos do que o ensino secundário situava-se, em 2019, em 33,5%, contra apenas 4,9% daquelas cujos pais tinham educação superior. E esta assimetria verifica-se também na taxa de risco de pobreza persistente, definida como a percentagem da população cujo rendimento disponível equivalente se encontra abaixo do limiar de pobreza no ano corrente e em, pelo menos, três anos anteriores. Em 2019, a Taxa de risco de pobreza persistente era apenas de 2,1% para aqueles que tinham educação superior, subindo para quase 17% para os que tinham menos do que o ensino secundário.



Verifica-se também uma diferenciação significativa na taxa de privação material severa, que revela a percentagem da população com uma forte carência de pelo menos quatro dos nove itens de privação material na dimensão da «pressão económica e bens duradouros»:

  1. atraso no pagamento de hipotecas ou pagamento de rendas, contas de serviços de utilidade pública, compras a prestações ou outros empréstimos;
  2. capacidade para pagar uma semana anual de férias fora de casa;
  3. capacidade para pagar uma refeição que inclua carne, frango, peixe (ou equivalente vegetariano) de dois em dois dias;
  4. capacidade para enfrentar despesas financeiras inesperadas [quantia fixa correspondente ao limiar nacional mensal de risco de pobreza do ano prévio];
  5. o agregado não pode pagar um telefone (incluindo telemóvel);
  6. o agregado não pode pagar uma televisão a cores;
  7. o agregado não pode pagar uma máquina de lavar;
  8. o agregado não pode pagar um carro
  9. capacidade do agregado para manter a casa adequadamente aquecida.



Analisando-se taxa de privação material severa (para a população 18+), verifica-se, uma vez mais, o impacto do nível de escolaridade. Apesar de a assimetria ter vindo a reduzir desde 2017, ainda assim, em 2019, a taxa de privação severa, para quem tinha menos do que o ensino secundário, situava-se nos 8,2%, enquanto que para os detentores de educação superior era apenas de 1%. Conclui-se, por isso, que quanto maior o nível de escolaridade, menor o risco de pobreza.


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